Aporte financeiro trará oportunidades para as áreas de infraestrutura, logística e mineração

A economia paraense é conhecida Brasil afora pela predominância de atividades ligadas ao extrativismo, à agropecuária e ao comércio e serviços. De acordo com a REDES, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), até 2027 o estado deverá receber em torno de R$ 55,7 bilhões em novos investimentos nas áreas de infraestrutura, logística, energia e mineração, o que trará novas oportunidades para toda a cadeia de fornecimento.

O gestor executivo da REDES/FIEPA, Marcel Souza, ressalta que esses investimentos, se somados aos projetos já em operação no Estado, representarão em torno de R$ 70 bilhões em oportunidades de compras locais.

“Hoje, as 14 grandes indústrias, mantenedoras da REDES/FIEPA, compram em média no Pará R$ 15 bilhões por ano. Então, a chegada desses novos projetos terá um impacto muito positivo para a economia do Estado, e a mineração será uma grande protagonista neste cenário. A Belo Sun, por exemplo, na região do Xingu, tem um projeto avaliado em mais de R$ 1 bilhão, um investimento que reforça o Pará no ranking mineral do país”, explica.

Outros investimentos para a área são os projetos da Horizonte Minerals, que estão em fase de implantação em Conceição do Araguaia, ultrapassando R$ 3 bilhões, e em Canaã dos Carajás, onde passa por etapa de estudo e viabilidade. Em Itaituba, sudoeste paraense, o projeto ‘Tocantizinho’ da Brazauro Recursos e Minerais está em implantação.

Um dos setores que se beneficia com a chegada desses investimentos é o da construção, em que de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Pará (Sinduscon Pará), Alex Dias Carvalho, enxerga o cenário de forma positiva e acredita no potencial dos investimentos, mas pontua a necessidade de políticas públicas que cooperem para um ambiente de negócios harmônico e convergente. “Enxergamos esse momento como promissor para o setor industrial. Entretanto, para que possamos comemorar conquistas com expressiva relevância, é fundamental compreender que o nosso estado precisa ampliar as políticas públicas, a fim de reduzir o tempo desperdiçado com burocracia e modernizar os instrumentos legais para que a implantação desses novos negócios seja mais rápida e eficiente”, frisa o presidente.

Para o presidente do Sistema FIEPA, José Conrado Santos, medidas estruturantes e de apoio ainda são necessárias para que haja um cenário de pleno desenvolvimento das indústrias no Pará. “O nosso setor produtivo enfrenta cotidianamente diversos desafios que comprometem o seu desenvolvimento, e podemos citar alguns, como a falta de investimentos em infraestrutura, o confuso e burocrático sistema tributário brasileiro, a demora na concessão de licenciamentos ambientais, a competição com produtos de fora e a dificuldade de acesso a crédito para novos investimentos”, elenca José Conrado Santos.

Segundo ele, a indústria é responsável por 34,3% do PIB do Estado e gera cerca de 180 mil postos de trabalhos diretos, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. “Existem projetos previstos que poderiam resolver grandes problemas de municípios no Pará, mas que estão há mais de 10 anos aguardando o início da operação. Muitos deles já têm até a licença prévia e não conseguem iniciar, então precisamos dar atenção a esses casos, porque eles também se refletem nos pequenos e médios empresários que poderiam estar fornecendo para esses grandes projetos”, avalia o presidente da FIEPA.

Last modified: 08/05/2024